Veículo: Valor Econômico - Online
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Data: 16/05/2024

Editoria: Sem categoria
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Varejo melhora no RS, mas vendas desabam na capital

As vendas no Rio Grande do Sul subiram na segunda semana de enchentes no Estado, após terem registrado forte queda na semana anterior. O varejo gaúcho cresceu 2% entre os dias 6 e 12 de maio na comparação com igual período de 2023, mostra o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Na primeira semana de calamidade, o comércio no Estado havia recuado 15,7%.

Em Porto Alegre, no entanto, a perda continua acentuada. O comércio da capital teve queda de 31,1% no faturamento no mesmo período analisado. “Informações dão conta de que as enchentes em Porto Alegre são ainda mais danosas à rotina do que em outros lugares. Isso deve ter se refletido no fechamento de boa parte do comércio”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, em nota.

Em todo o Estado, as vendas têm sido sustentadas por setores essenciais. As transações no segmento de supermercados e hipermercados subiram 28,2%; em drogarias e farmácias o avanço foi de 14,1% e em postos de combustíveis, de 3,8%.

Na outra ponta, houve retração significativa em óticas e joalherias (-66,2%), estética (-52,7%), turismo (-48,9%) e bares e restaurantes (-46,2%).

“O resultado positivo se deve ao desempenho de setores que contêm itens de primeira necessidade como água, alimentos, medicamentos e produtos de higiene pessoal”, afirma Alves.

Em Porto Alegre, o setor de farmácias e o de postos de combustíveis tiveram crescimento de 17,6% e 6,4%, respectivamente. As vendas em supermercados e hipermercados, no entanto, caíram 1% na cidade.

O Índice Cielo do Varejo Ampliado acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem cerca de 840 mil varejistas credenciados à companhia.

Questionada sobre os impactos no setor de pagamentos, a Cielo não comentou sobre os possíveis impactos da calamidade no Rio Grande do Sul sobre resultados da empresa no segundo trimestre.

A Stone, que divulgou seu balanço do primeiro trimestre nesta semana, disse que a exposição da companhia ao Rio Grande do Sul é de 4% a 6% em termos de volume de pagamentos processados (TPV). “Ainda é cedo para falar sobre impactos como um todo, a situação ainda está se desenrolando”, disse o CFO da Stone, Mateus Scherer. “Deve haver algum impacto nos números do segundo trimestre, mas não esperamos nada muito relevante.”

De acordo com ele, a queda de TPV observada nas cidades mais atingidas pelas chuvas é de até 40%, enquanto em regiões menos afetadas essa redução é de cerca de 20%.

Nesta quarta-feira, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Giancarlo Greco, também disse que as chuvas no Estado devem ter algum impacto sobre o setor de cartões, mas que a entidade ainda não tem estimativas desses efeitos.

“Não terminamos essa análise sobre o Rio Grande do Sul. No segundo trimestre já devemos enxergar uma boa parte desse impacto”, afirmou.