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Data: 08/05/2024

Editoria: Sem categoria
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Varejo ainda é bom negócio para investir? Saiba o que dizem os analistas

Menos traumático do que a crise da Americanas (AMER3) deflagrada em janeiro de 2023, o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia (BHIA3), anunciado no domingo (28) mostra que o varejo nacional ainda não chegou a águas tranquilas. A rede anunciou um reperfilamento de R$ 4,1 bilhões em dívidas, especialmente debêntures, das quais a maior parte estava concentrada nos bancos Bradesco e Banco do Brasil.

O acordo inclui uma carência de 24 meses para pagamento de juros e de 30 meses para pagamento de principal, e prazo total de amortização de 78 meses, com remuneração de CDI + 1,0% a 1,5% ao ano. Segundo Renato Franklin, CEO da varejista, a recuperação permitirá à rede ter fôlego financeiro para continuar operando.
A decisão não chegou a ser uma surpresa, apesar de boa parte dos analistas de mercado esperar uma solução mais drástica, a recuperação judicial.

Os investidores gostaram. Na segunda-feira (29), primeiro pregão após o anúncio da recuperação, as ações subiram 32,5%. Após algumas oscilações, os papéis seguiram subindo e encerraram a primeira semana com uma alta de 46%.
“Em um primeiro momento, o anúncio é bastante positivo para o investidor”, diz Lucas Lima, analista da casa independente VG Research. “Entretanto, vale destacar o risco de grande diluição dos acionistas, visto que a operação contempla a possibilidade de os credores optarem pela conversão da dívida em participações acionárias.”

Credores
Na terça-feira (30), Marcelo Noronha, CEO do Bradesco (BBDC4) comentou os resultados do banco no primeiro trimestre, e foi questionado sobre o acordo, já que o Bradesco é um dos principais credores. Sem poder comentar especificamente o caso devido às regras do sigilo bancário, Noronha disse que “nossa exposição a um cliente específico estava provisionada com folga desde o fim de 2023”. Na linguagem fria dos banqueiros, Noronha quis dizer que o Bradesco, parceiro financeiro da Casas Bahia desde 2004, já esperava o pior.

A decisão aumenta o fôlego financeiro da rede varejista. O que os analistas questionam é se será suficiente. Segundo Valter Bianchi Filho, sócio fundador e diretor de investimentos da Fundamenta Investimentos, a recuperação extrajudicial “traz à tona um alerta significativo sobre a intensa pressão competitiva que afeta o setor varejista no Brasil”.

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