Uma briga de décadas pode ter chegado ao fim. A Visa e a Mastercard anunciaram que vão reduzir as taxas de transação dos cartões de crédito nos Estados Unidos pelos próximos cinco anos. A decisão foi fruto de um acordo com grandes e pequenos varejistas, que calculam que essa redução resultará em uma economia de US$ 30 bilhões para os comerciantes. O acordo não exige que este valor seja repassado aos consumidores. “Ao negociar diretamente com os comerciantes, chegamos a um acordo com concessões significativas que abordam pontos de dor reais identificados pelas pequenas empresas,” disse o presidente da Visa América do Norte, Kim Lawrence. Esse acordo pode concluir um problema de décadas: comerciantes sempre acusaram a Visa e a Mastercard de entrar em conluio para inflar as taxas de processamento de pagamentos. A primeira ação judicial ligada a esse tema ocorreu em 2005, quando comerciantes acusaram as duas empresas de violar regras antitruste ao cobrar taxas excessivas. Além das maiores taxas, há outro problema: as duas empresas sempre proibiram os lojistas de fazer cobranças adicionais dos clientes que pagam no cartão – algo que é permitido, por exemplo, pela American Express. Tentativas recentes de acabar com essa proibição foram vistas como insuficientes pelos comerciantes. No fim de 2022, um grupo de mais de 1,6 mil varejistas – incluindo gigantes como o Walmart e a Target – enviaram uma carta ao Congresso pedindo uma lei para quebrar o duopólio. Segundo a carta, as taxas de cartão de crédito são maiores nos Estados Unidos do que em qualquer outro lugar do mundo industrializado – chegando a ser sete vezes maiores do que na Europa. Para justificar a cobrança, Visa e Mastercard sempre argumentaram que essas taxas ajudam a cobrir os investimentos em inovação e os custos de prevenção à fraude. Para completar, diziam que o cartão de crédito fazia com que os consumidores gastassem mais. O acordo de hoje não tem ligação com o Credit Card Competition Act, o projeto de lei bipartidário que está caminhando no Congresso americano para dar aos comerciantes a opção de escolher pelo menos duas redes para realizar transações com cartões de crédito. O projeto tem sido alvo da indústria de serviços financeiros, que teme que o projeto acabe com os programas de recompensas e de fidelidade. O varejo, no entanto, diz que isso pode representar uma redução de preços ao consumidor final – o que muita gente duvida. O dinheiro, segundo os críticos, só mudaria de mãos. As ações das duas empresas operam praticamente estáveis no início da tarde de hoje na bolsa americana. Visa e Mastercard valem US$ 565 bilhões e US$ 444 bilhões, respectivamente, na NYSE.
Veículo: Brazil Journal - Online
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Data: 12/04/2024Editoria: Sem categoria
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