Veículo: Valor Econômico - Online
Clique aqui para ler a notícia na fonte
Região:
Estado:
Alcance:

Data: 15/03/2024

Editoria: Sem categoria
Assuntos:

Juros futuros têm alta expressiva com foco em exterior, varejo e leilão

As surpresas altistas das vendas no varejo no Brasil e da inflação ao produtor nos Estados Unidos, além de um leilão em que o Tesouro inseriu níveis elevados de risco no mercado, levam as taxas de juros futuros a operarem em alta firme nesta quinta-feira. Na máxima do dia, a taxa do DI para janeiro de 2027 voltou a tocar o nível dos 10% e se mantém próxima desse patamar.

Perto das 12h55, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 ia de 9,845% do ajuste anterior para 9,885%; a do DI para janeiro de 2026 passava de 9,67% para 9,76%; a do DI para janeiro de 2027 avançava de 9,89% para 9,99%; e a do DI para janeiro de 2029 subia de 10,39% para 10,48%.

Logo na abertura, as taxas apresentaram fortes altas em razão dos dados do varejo restrito, informados pelo IBGE. O setor teve alta de 2,5% em janeiro ante dezembro, enquanto a mediana das expectativas coletadas pelo Valor Data indicava alta de 0,1% e o teto era de avanço de 1,7%.

Para agentes econômicos, o dado pode dificultar um ciclo de cortes de juros mais longo pelo Banco Central, tendo em vista que a atividade econômica bem mais resiliente que o esperado pode sinalizar uma inflação persistente acima da meta de 3%.

“Daqui para frente, nós esperamos que a atividade do varejo continue a se beneficiar de estímulo fiscal significativo, expansão sólida da renda doméstica disponível, e da virada no ciclo de crédito”, afirma, em nota, o chefe de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos. Ele aponta, porém, que a atividade ainda pode ser mitigada por condições financeiras e monetárias domésticas apertadas e níveis ainda altos de dívidas das famílias, entre outros fatores.

Outro fator local é o leilão de prefixados que o Tesouro realizou pela manhã. Conforme dados da corretora Necton, o risco inserido no mercado pelo Tesouro com o leilão (dv01) superou o patamar dos últimos meses, causando uma tendência altista adicional às taxas futuras. Foram colocados em leilão 14 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) para quatro vencimentos e 3 milhões de Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F) para dois vencimentos. Apesar da boa aceitação do mercado, as taxas apresentaram pouco alívio após a publicação do resultado.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries têm novo dia de escalada após o índice de preços ao produtor (PPI) americano superar as expectativas em fevereiro, com altas de 0,6% do índice cheio e de 0,4% do núcleo – os consensos do mercado eram de avanços de 0,3% e 0,2%, respectivamente. O retorno da T-note de 10 anos subia 10 pontos-base, aos 4,294%, enquanto o da T-note de 2 anos avançava 6,1 pontos-base, para 4,702%.