O Índice de Atividade Econômica Stone Varejo teve, em fevereiro, o segundo recuo seguido em 2024. O indicador apresenta dados mensais de movimentação varejistas e é uma iniciativa da empresa de tecnologia e serviços financeiros Stone, em parceria com o Instituto Propague. No segundo mês do ano, o índice recuou 4,1% frente a fevereiro do ano passado. Em janeiro, a queda havia sido de 1,7% ante igual mês do ano anterior.
A queda foi generalizada em cinco dos seis setores pesquisados, na comparação com fevereiro do ano passado. O setor de tecidos, vestuário e calçados recuou 11,6%, seguido por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,5%), móveis e eletrodomésticos (4,3%), material de construção (2,8%) e livros e jornais, revistas e papelaria (2,4%).
Apenas um segmento apresentou alta, o de artigos farmacêuticos, com 2,3%.
Apesar da queda de fevereiro, o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, Matheus Calvelli, responsável pelo levantamento, ressalta que a expectativa ainda é que 2024 seja um ano melhor para o varejo do que foi o ano passado.
Ele explica que no fim de 2023 a expectativa era de um primeiro bimestre melhor, uma vez que os índices de inadimplência vinham em queda, o que apontava para mais conforto financeiro para o consumidor.
Calvelli lembra que a expectativa era boa para o começo do ano e frisa que a queda de janeiro não foi vista como algo incomum, pois poderia acontecer depois de um período de alta.
“Mas agora [o índice] recuou de novo e vimos uma coisa mais horizontal, em quase todos os setores”, pondera.
Ele afirma, contudo, que fevereiro pode ter sido influenciado pelo Carnaval, que costuma afetar negativamente o comércio e neste ano pode ter tido consequência maior nas vendas.
Calvelli mantém a percepção de que ao longo de 2024 o cenário deverá ser melhor do que em 2023, uma vez que a inadimplência segue em queda, assim como o percentual da renda das famílias comprometido para o pagamento de dívidas.
“Isso ajuda o consumo, ajuda o comércio. E combina esse cenário [de queda da inadimplência e da fatia comprometida da renda] com um desemprego em nível super baixo. A expectativa é que, conforme se livre das dívidas, o consumidor volte a comprar”, afirma Calvelli.