Veículo: Valor Econômico - Online
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Data: 08/03/2024

Editoria: Sem categoria
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Varejo de SP cresce 4,8% em 2023 e bate recorde com faturamento de R$ 1,2 trilhão, diz Fecomercio-SP

As vendas do varejo cresceram 4,8% no Estado de São Paulo no ano passado e levaram o setor paulista a um faturamento de R$ 1,2 trilhão, segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio-SP). Os números, segundo a entidade, mostram a resiliência dos comerciantes, mas não significam que o momento é de grande otimismo.

“O resultado foi bastante satisfatório, mas não quer dizer que o empresário esteja com o sorriso de orelha a orelha. Tem todos os problemas de custos. Parte desse faturamento é pelo aumento de preços porque nós deflacionamos pelo IPCA geral. Quando se tem preços acima da inflação, como foi o caso de veículos, interfere no resultado”, explica o assessor econômico da Fecomercio-SP, Guilherme Dietze.

Segundo o economista, o desempenho foi puxado pela melhora do emprego e da renda em 2023. Também contribuiu o acesso ao crédito para as famílias. “Por mais caro que esteja, os dados do Banco Central mostram a concessão de crédito crescendo. Permite mais vendas nas concessionárias de veículos, por exemplo”, afirma Dietze.

Considerando somente o mês de dezembro, as vendas reais calculadas pela PCCV registraram um crescimento de 6,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Considerando a série histórica a partir de 2008, foi o maior resultado do varejo paulista para um mês de dezembro. O faturamento real atingiu R$ 123,2 bilhões no mês, R$ 7,6 bilhões acima do valor apurado em dezembro de 2022.

O grupo de concessionárias de veículos teve a melhor variação positiva ao crescer 18,5% no acumulado de 2023 e 26,4% na comparação entre dezembro do ano passado e o mesmo mês de 2023. As vendas de autopeças e acessórios também expandiram 13,3% no ano e 12,8% na comparação interanual.

Contudo, Dietze destaca a importância do segmento de supermercados, que responde pela maior parte do setor. O faturamento do grupo cresceu 8,2% no acumulado de 2023 e 5,8% na comparação entre dezembro do ano passado e dezembro de 2022.

Para 2024, a expectativa é que o desempenho se mantenha e haja um novo recorde de faturamento no fim do ano, mas há preocupações macroeconômicas que podem abalar a confiança dos empresários.

“O déficit público não chegando a zero, conforme foi prometido, traz incertezas para o cenário e pode afetar inflação e taxa de juros”, observa Dietze.