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A diferença da taxa de participação entre homens e mulheres faz o Brasil ser um dos países com maior desigualdade de gênero no mercado de trabalho e estar na 20ª posição do ranking de 24 países com informações mais recentes, segundo levantamento da LCA Consultores.
No topo da lista estão países com menor diferença de taxa de participação entre homens e mulheres, como Finlândia, Islândia, Suécia e Dinamarca. Nas últimas posições aparecem países latino-americanos, Turquia, Japão e Coreia do Sul.
“Temos uma cultura patriarcal mais arraigada, a exemplo de países como a Turquia. Outro fator que acaba pesando bastante é o educacional. Não apenas no Brasil, mas na América Latina toda, a educação pode ser um fator limitante para maior crescimento da economia e isso acaba impactando o mercado de trabalho”, afirma Bruno Imaizumi, economista da LCA responsável pelo levantamento.
Além disso, ele acrescenta, os países que estão no topo do ranking têm políticas de licença parental remunerada, equitativa ou bastante flexível.
“Esses países continuam avançando na questão da licença parental, pois enxergam isso como um dos grandes fatores que podem limitar a permanência das mulheres no mercado de trabalho”, argumenta.
Ele lembra que em alguns países cada genitor tem direito a seis meses de licença, que também podem ser transferíveis a outro responsável pela criança.
De acordo com o economista, estudos mostram que a licença parental bem remunerada, mais flexível ou mais equitativa entre pai e mãe aumenta a probabilidade de retorno da mãe ao trabalho e contribui para a sua permanência no mercado no longo prazo.
“Se for para fazer diferença nesse cenário desigual entre homens e mulheres no mercado de trabalho, teríamos de debater a licença parental com mais força”, afirma Imaizumi.
No Brasil há uma proposta que debate a criação da licença parental. O projeto de lei dos deputados Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Glauber Braga (Psol-RJ) prevê 180 dias de licença a serem compartilhados por dois responsáveis pela criança, como pai e mãe, mãe e mãe, pai e pai, pai ou mãe e outro responsável como avós. O projeto apresentado em 2021, contudo, tramita lentamente no Congresso Nacional.