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Data: 08/03/2024

Editoria: Sem categoria
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4 tendências de impacto na estratégia de RH em 2024

A evolução na gestão de pessoas no país vem acompanhando as novas tecnologias e demandas das novas gerações, com o uso de inteligência artificial, da análise de dados e dos benefícios corporativos sendo ampliados para a promoção do bem-estar do funcionário, é o que explica a CEO e fundadora da Vittude, Tati Pimenta.

A fala foi feita em entrevista ao Valor durante o evento de saúde mental corporativa Vittude Summit 2024. O evento também discutiu engajamento de funcionários, tendências para benefícios de saúde e bem-estar e o impacto da saúde mental na marca empregadora.

Uma das discussões trouxe o impacto da confiança na liderança e os efeitos disso na saúde mental. Para o diretor de branding da Flash, Danilo Lima, “esse é o grande ponto”, já que, segundo a pesquisa Engaja S/A, conduzida pela Flash, Talenses e Fundação Getulio Vargas (FGV), o tópico da confiança na liderança representa o maior peso que um funcionário tem para indicar uma empresa para trabalhar.

“Nem sempre precisamos criar grandes coisas, projetos. É preciso olhar para dentro e criar esse espaço de confiança porque isso tem uma grande força na retenção e atração de talentos”, ressalta Lima.

Durante o Vittude Summit 2024, palestrantes falaram sobre as tendências de impacto nas estratégias de RH para 2024.

Tati Pimenta, CEO e fundadora da Vittude, diz que empresas precisam olhar para saúde de forma integral — Foto: Paulo Liebert
Tati Pimenta, CEO e fundadora da Vittude, diz que empresas precisam olhar para saúde de forma integral — Foto: Paulo Liebert

Confira as principais, elencadas pela CEO da Vittude.

 

1 – Ampliação de benefícios

As organizações têm enxergado a importância da ampliação de benefícios para além dos convencionais na atração e retenção de talentos. A tendência, de acordo com Pimenta, gera mais engajamento sobretudo em diferentes gerações que hoje estão no mercado e que têm desejos e prioridades diferentes.

“Então eu [organização] passo a olhar um pouco mais para essa composição salarial não só com salário, vale transporte, alimentação e o plano de saúde, mas de uma forma mais abrangente, inserindo benefícios mais flexíveis”, explica Pimenta.

 

O evento também trouxe a discussão de novos formatos de benefícios, como reconhecimento por tempo de casa, premiações de lazer, acompanhamento nutricional e extensão de benefícios às famílias dos profissionais.

2 – Flexibilização e redução da jornada

Empresas brasileiras já estão testando quatro dias de trabalho e tempo menor de expediente na sexta-feira. Além disso, a discussão do formato de trabalho entre presencial, híbrido ou remoto continua como tendência para 2024.

“Tem uma expectativa de que a gente passe por algum formato de reorganização do desenho organizacional. Com o mundo mais acelerado, a gente entra em um lugar de repensar como se relacionar com o trabalho em geral”, explicou Pimenta.

3 – Programas estratégicos de bem-estar e saúde mental

Outra discussão é sobre como incluir a saúde mental na ampliação de benefícios em um programa estruturado e que seja assertivo em atingir os funcionários que mais precisam. Pimenta explica que é necessário atuar de forma estratégica com os três pilares: promoção, prevenção e intervenção. Para a CEO, um programa assertivo teria que direcionar o funcionário para conhecer o projeto e dar continuidade, entendendo a importância do cuidado com a saúde mental.

“Se ela [a empresa] não está investindo em acesso ainda, no financiamento das sessões, não chegou ainda nessa fase. Mesmo porque o funcionário só consegue se tratar se conseguir falar com um profissional”, pontua, ressaltando que, em muitos casos, os funcionários não conseguem arcar com serviço de psicólogo e dependem inteiramente de políticas das organizações onde trabalham.

Entre as tendências, Pimenta explica que já existem empresas com programas que contam com apoio psicológico e psiquiátrico, o chamado “programa de cuidado coordenado”, mas que cuidam, além da saúde mental, da saúde física e financeira. “Será que essa pessoa está conseguindo administrar a vida financeira dela? Porque se eu estou endividado, nem durmo à noite, e tudo isso afeta a saúde mental.”

4 – Harmonia entre gerações

Pimenta explica que é a primeira vez que tantas gerações atuam juntas, convivendo no mesmo ambiente, por isso é preciso encontrar equilíbrio entre as gerações. “Temos gente entrando no mercado de trabalho, com 18, 19 anos, mas também tenho pessoas com 65 e 70. E aí eu tenho uma uma variedade de pessoas com crenças muito diferentes, culturas, jeitos. A gente vê que está todo mundo tentando harmonizar isso: como é que eu faço para equilibrar a geração Z chegando, mas também aproveitar do conhecimento e da expertise dos que estão no mercado [há mais tempo]”, indaga.

A CEO comenta que é necessário integrar as gerações e entender as particularidades de cada uma.

“Não é só sobre salário. Temos gerações diferentes que pensam diferente, e como a gente harmoniza tudo isso? É aí que começa a reinvenção e o design organizacional, porque eu preciso começar a pensar, por exemplo, em um dia que eu vou deixar essa pessoa mais off, que benefícios que eu posso dar que não seja só o salário, como uma licença paternidade estendida, e isso já entra em diversidade.