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Data: 22/02/2024

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Após queda do lucro, o que esperar do Assaí (ASAI3)?

As despesas financeiras com juros voltaram a impactar o lucro líquido do Assaí no quarto trimestre de 2023 — a soma alcançou R$ 297 milhões, recuo de quase 27% sobre o ano anterior. Mas o peso do endividamento caiu no balanço, indicador que o mercado vem acompanhando de perto na companhia.

A XP Investimentos avaliou o quarto trimestre do Assaí como positivo, com resultados sólidos, bons resultados de vendas de mesma loja e melhora nos níveis de rentabilidade.

A receita líquida cresceu 16% em comparação ao ano anterior, impulsionada pelo plano de expansão, com 27 novas lojas em 2023.

As vendas na mesma loja têm “dinâmica positiva”, e cresceram 2,9% em comparação a 2022, apesar da tendência de deflação alimentar, o que possivelmente refletiu positivamente nas 14 conversões já contabilizadas, analisa a XP. As vendas do concorrente Atacadão, por outro lado, recuaram 1,8%.

A margem Ebitda ajustada subiu 0,5 ponto percentual, em razão de uma alavancagem operacional proveniente da maturação das lojas e do controle das despesas. A margem bruta de rentabilidade caiu 0,5 ponto percentual em comparação ao ano anterior, devido a “uma base comparativa difícil e menos expansões”, dizem os analistas.

O lucro líquido teve uma queda de 27% em comparação a 2022, com R$ 297 milhões, devido a despesas financeiras mais pesadas. A geração de caixa, por sua vez, foi positiva em R$ 1,9 bilhão, com melhores dinâmicas na linha de fornecedores e níveis de estoques mais baixos.

A XP ainda destacou aspectos como o aumento das vendas nas lojas convertidas, que subiu 0,3 ponto percentual em comparação ao terceiro trimestre, com vendas mensais em R$ 28 milhões e uma margem Ebitda de 5,6%. O Assaí tem caixa de R$ 5,5 bilhões, com dívida líquida de R$ 9,4 bilhões e bruta de R$ 14,9 bilhões.

Citi

 

Assaí apresentou resultados em linha com as expectativas para o quarto trimestre, avaliou o Citi. “Nossa principal preocupação é a alavancagem. Com um índice de 3,8 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda, a alavancagem da companhia é de longe a mais alta do setor”, escrevem os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo.

O banco ainda projeta um potencial de risco de queda nos lucros da atacadista em caso de um cenário de um ritmo mais gradual de queda nas taxas de juros.

Durante a teleconferência de amanhã, os analistas esperam obter mais detalhes sobre a dinâmica da margem bruta e a continuidade na pressão na abertura de lojas. “Também esperamos esclarecer se há espaço adicional para redução nas despesas recorrentes de vendas, administrativos e gerais (SG&A)”, acrescentam.

O Citi tem recomendação de compra para o Assaí, com preço-alvo a R$ 14, em linha com o valor do último fechamento.

Goldman Sachs

 

Enquanto a deflação nos preços dos alimentos gerava um cenário desafiador para a receita durante o quarto trimestre, o Assaí conseguiu navegar relativamente bem nesse ambiente, registrando um crescimento de 3% nas vendas de mesmas lojas, impulsionado tanto pelo volume quanto pelo tíquete médio. Esse desempenho está à frente de seu principal concorrente, o Atacadão, que registrou uma queda de 2%. Esse desempenho reflete a resiliência do modelo de atacarejo do Assaí e a qualidade de seus pontos comerciais, diz análise do Goldman Sachs.

Os analistas percebem um amadurecimento das lojas convertidas, que estão operando com uma margem Ebitda pré-IFRS de 5,6% e margem Ebitda consolidado de 6,1% no quarto trimestre. Para 2024, o Assaí prevê um nível de investimento mais baixo, com a abertura de 15 lojas e um foco na redução da alavancagem da empresa.

A margem bruta contraiu aproximadamente 0,45 ponto percentual em relação ao ano anterior, para 16,7%. Segundo a empresa, isso foi resultado do menor número de reaberturas no período, já que o Assaí conseguiu negociar acordos favoráveis com os fornecedores no ano anterior. Segundo os analistas, a margem foi mais do que compensada por uma proporção de despesas operacionais mais baixa, de menos 0,95 ponto em relação ao ano anterior.

Segundo Goldman Sachs, a alavancagem caiu sequencialmente, ajudada pela sazonalidade do final de ano. A proporção da dívida líquida e Ebitda atingiu 3,8 vezes no quarto trimestre, abaixo das 4,4 vezes no trimestre anterior.

O Goldman Sachs prevê preço-alvo de R$ 15 por ação do Assaí, potencial de alta de 4,74% ante o fechamento de ontem.

Este conteúdo foi publicado no Valor PRO, serviço de tempo real do Valor