O Índice de Atividade Econômica Stone Varejo recuou 1,7% em janeiro, na comparação com igual mês do ano passado. O indicador mostrou que, dos seis segmentos analisados, quatro registraram queda na comparação anual. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve a maior queda, com baixa de 4,8%, seguido por móveis e eletrodomésticos (4,0%), tecidos, vestuário e calçados (3,7%) e material de construção (2,5%).
Apenas dois segmentos registraram alta. Impulsionado pela volta às aulas, o setor de livros, jornais, revistas e papelaria avançou 3,5%, seguido por artigos farmacêuticos, com crescimento de 1%, sempre na comparação com janeiro do ano passado.
Para Guilherme Freitas, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, a principal razão para a queda em janeiro foi o desempenho ruim do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Ele lembra que em janeiro do ano passado, o resultado do setor foi “bastante positivo”, criando uma base de comparação forte. “De forma geral, os resultados indicam cautela neste início do ano de 2024 e contrastam com a tendência positiva do último trimestre de 2023. Não obstante, mais meses serão necessários para confirmar a alteração de trajetória”, diz Freitas.
O pesquisador destaca que os dados mais recentes de inflação, inclusive o IPCA divulgado ontem, mostram aquecimento dos preços dos alimentos, o que tem impacto direto no desempenho geral do segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
Freitas ressalta que o setor de móveis e eletrodomésticos ainda é afetado pelos juros altos. “Apesar da recente melhora no cenário de juros do país, com certo alívio recente da política monetária restritiva do Banco Central, ainda nos encontramos em momento de restrição monetária e de alto grau de endividamento das famílias.”.
“Além disso, com a queda recente dos índices de inadimplência e do grau de endividamento das famílias parece que, se sobra algum espaço no orçamento familiar, as famílias brasileiras têm preferido abater suas dívidas a consumir produtos mais caros.”
Apenas seis Estados registraram resultados positivos no mês, liderados por Piauí (5,6%), Maranhão (5,4%) e Mato Grosso (1,9%). Entre as maiores quedas, estão Alagoas (12,2%), Roraima (9,8%), Pernambuco (5,8%), São Paulo (4,5%) e Espírito Santo (4,3%).