Apesar dos números abaixo do esperado para dezembro, o varejo teve um ano positivo em 2023, avalia Georgia Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
De acordo com economista, o resultado de dezembro mostrou que o varejo encerrou 2023 sem demonstrar sinais fortes de aceleração. “Apesar do resultado mensal de queda de 1,3% do varejo restrito, no acumulado do ano houve variação de 1,7%, acima da alta de 1% em 2022”, diz. “Não foi muito positivo, mas foi melhor do que o ano anterior. Isso indica que, se a economia se manter sem grandes choques, é possível que 2024 pode ser melhor do que 2023.“
Isso porque o cenário de 2023 trazia fatores associados ao consumo, como endividamento e inadimplência que ainda seguiam elevados. “Além disso, o nível elevado de juros, apesar do início do processo de redução, acaba impedido a taxa elevada de consumo no comércio”, acrescenta.
Segundo Veloso, o resultado de 2023 mostra mais benefícios para o consumo associado à renda, beneficiado pela inflação mais controlada.
O varejo dependente de crédito, contudo, ainda apresenta gargalos para uma recuperação sustentada, diz.
Para que varejo tenha um ano melhor do que em 2023, afirma, dependerá da manutenção de melhora processo inflacionário, das boas condições do mercado de trabalho, e do processo de queda do juros, o que tem relação direta com crédito, endividamento e inadimplência.