Veículo: Estadão - Online
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Data: 01/02/2024

Editoria: Sem categoria
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Casas Bahia avalia emissão de R$ 1 bi com apoio de Bradesco e BB

A Casas Bahia (ex-Via) estuda fazer uma emissão de debêntures para estender o prazo de uma captação de R$ 1 bilhão, feita em 2021 e que vence em abril. A operação em avaliação agora seria lançada com ancoragem dos bancos que são os maiores credores da companhia – Bradesco e Banco do Brasil –, para sinalizar ao mercado confiança na reestruturação da companhia. Adicionalmente, se houver apetite dos investidores, a distribuição poderia ir além da fatia garantida, o que ajudaria a reforçar o caixa da varejista.

Entre as várias alternativas discutidas no momento entre a rede de varejo e os bancos, esta é o plano “A” por ora, segundo fontes.

O objetivo é alongar o prazo das dívidas do grupo e, ao mesmo tempo, não comprometer a liquidez. Em meio a uma reestruturação operacional, a Casas Bahia fez no ano passado uma oferta de ações que levantou R$ 622 milhões, menos do que se esperava, com um desconto alto sobre o preço de tela das ações.

Empresa transferiu crediário para fundos

Além disso, para liberar crédito junto aos bancos, a empresa transferiu o financiamento do crediário dos clientes para fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs). Um deles, da ordem de R$ 600 milhões, foi lançado no final de 2023.

Segundo fontes, a empresa está fazendo reuniões com investidores no exterior, incluindo em Nova York, para discutir a reestruturação que fez, e também para testar o interesse em uma eventual emissão, o chamado “non deal roadshow”, no jargão do mercado.

Em 2023, a Casas Bahia conseguiu rolar R$ 1,1 bilhão em debêntures, ganhando um fôlego de dois anos. Em contrapartida, além da reestruturação operacional, teve de fazer a oferta de ações para reforçar o caixa. Em 2022, a varejista já havia recebido R$ 1,75 bilhão para renovar a parceria com o Bradesco em cartões co-branded, uma antecipação de parte das comissões.

Administração apresentou agenda de redução de despesas

O processo de reestruturação está sendo tocado pela administração liderada por Renato Franklin, que veio da empresa de aluguel de carros Movida e que apresentou ao mercado uma agenda de ampla redução de despesas no grupo varejista.

No terceiro trimestre do ano passado, a Casas Bahia teve prejuízo líquido contábil de R$ 836 milhões, mais de quatro vezes maior que a perda registrada no mesmo período de 2022. Os gastos com a reestruturação pesaram sobre o resultado.

Procurados, a Casas Bahia e o Bradesco não comentaram. O Banco do Brasil não respondeu até a publicação deste texto.