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Data: 01/02/2024

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As expectativas de inflação estão em queda. E o Ibovespa também.

Segue o compasso de espera.

Até os coletes dos analistas do mercado financeiro já sabem que os juros americanos andarão de lado nesta quarta-feira (30). Mas qual será o recado dado sobre o futuro? Especificamente, quando as taxas da maior das economias começam a cair? Em março? A maior parte dos negociantes agora aposta em maio. Ou será que fica só para o segundo semestre?

Essa dúvida pode nem mesmo ser solucionada na próxima tarde. Nessas condições, faltou negociante disposto a tomar risco do mundo nesta terça (30). Inclusive no Brasil, apesar da terceira queda seguida das expectativas de inflação no Brasil. Em favor, claro, do esperado novo corte da Selic na próxima noite.

  •  E o Ibovespa, principal índice da bolsa caiu 0,86%, a 127.403 pontos. Nestes finalmentes de janeiro, o saldo parcial de 2024 está 5,05% negativo. Das 87 ações do Ibovespa, 77 caíram.
  • Das 87 ações do Ibovespa, 77 caíram. Destaque total para a despedida das ações da Gol, expulsas dos índices da B3 por causa de recuperação judicial aberta nos Estados Unidos sexta-feira (26) passada. Na sequência de uma queda de quase 34%, caíram outros 27% nesta sessão.
  • A carteira teórica mais famosa do Brasil girou R$ 16 bilhões, 11% dos R$ 18 bilhões médios diários dos últimos 12 meses.
  • O preço do dólar fechou o dia rigorosamente no zero a zero, a R$ 4,95. A carestia acumulada em janeiro está em 1,91%.

    Com atraso de um dia, a divulgação da nova pesquisa Focus reforça que o caminho dos juros no Brasil é de queda. Sem acelerar o passo, no entanto.

    E a pergunta, claro, segue colocada: por que de meio em meio, e não mais rapidamente?

    Vale voltar à pesquisa Focus lá de agosto, quando o ciclo de cortes de juros começou, a partir dos 13,75%. Naquela altura, a maior parte dos analistas mirava 3,89% de inflação em 2024. Um cenário, portanto, não muito diferente do atual a ponto de justificar a ida com mais sede ao pote. Trata-se da mesma “reancoragem” parcial das expectativas em relação à meta de 3%. Capaz de permitir cortes de juros, de acordo com o BC, mas talvez não tão profundos.

    A inflação projetada por analistas não está muito longe do teto da meta de 4,5% ao ano. Bastaria um repique inflacionário pelos próximos meses, portanto, para o trabalho do BC ser comprometido. Daí a prudência do BC em não pesar demais a mão ao cortar juros rumo aos arredores de 9% ao ano.

    O principal risco é cambial, ainda que as exportações brasileiras ajudem a amortecer. Dólares podem ficar mais escassos, e mais caros, se afugentados por incertezas fiscais. Ou, então, atraídos por juros que caíam mais tardiamente nos Estados Unidos. Por sinal, a segurança da renda fixa americana por ser boa pedida em meio às eleições para a Casa Branca e turbulências geopolíticas.

    Esse climão de cautela colocou para cima as taxas da curva nacional de juros futuros:

    • Prêmios em contratos de mais curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic. Taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiram de 9,98% a 10% cravados.
    • Já para janeiro de 2034, de 10,61% a 10,67%. Quão mais longo o prazo, maior a influência do cheiro de calote do governo (“risco fiscal”, se preferir).