Embora tenham preços bastante atrativos, os produtos da Shein custam até 70% mais caro no Brasil do que nos Estados Unidos. Essa é a conclusão do Índice Zara 2024, publicado anualmente pelo banco BTG Pactual.
O relatório, que compara o custo de itens de modas em vários países, mostra que uma cesta com 12 produtos da Shein pode sair até 219% a mais aqui que nos EUA, quando usado o critério da paridade de preços, que considera os respectivos custos de vida.
No entanto, se comparado às varejistas locais, como Renner, C&A e Riachuelo, as coleções da marca de Singapura oferecem uma economia média de 28%.
Segundo os analistas do banco, apesar de o Brasil ser um país difícil para a chegada de negócios estrangeiros, empresas como Shein e Shopee conseguiram entrar de forma satisfatória no mercado, em razão de terem adotado uma “roupagem” nacional. As empresas inauguraram lojas físicas, investiram em marketing e ainda fizeram parceria com vendedores locais.
No entanto, em vista das mudanças de legislação, sobretudo no que se refere à proposta de tributação dos itens recebidos do exterior, a Shein pode enfrentar um cenário desafiador pela frente, avaliam os analistas.
“Combinado com um potencial aumento na tributação (impostos de importação elevados), isto deverá significar que a Shein competirá nas mesmas (ou pelo menos próximas) condições que os produtores/varejistas locais (o que poderá levar a preços altos) e enfrentará desafios semelhantes na expansão da capacidade de produção local”, escreveram Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.
Zara 85% mais cara
No caso da Zara, os itens de moda chegam a ter uma diferença de 85% entre as filiais brasileira e norte-americana, também considerando a paridade de preços.
Os analistas destacaram que a loja que dá nome ao índice ampliou sua liderança mundial sobre a sua principal concorrente, a sueca H&M, em razão de ter uma base de clientes menos sensível às mudanças de preços. Isso porque, desde a última edição, o custo para a fabricação de roupas aumentou em todo o mundo.