O varejo fechou 2023 emitindo novos sinais de fraqueza, enquanto os serviços voltaram a registrar contração no último mês do ano, apontam os indicadores IGet de dezembro. Desenvolvidos pelo Santander com a GetNet, os índices acompanham mensalmente as receitas de estabelecimentos que utilizam, recorrentemente, a maquininha da marca.
O IGet do varejo ampliado (inclui veículos e material de construção) caiu 0,7% ante novembro, quando já havia recuado 1,7%. O IGet restrito foi de queda de 2,4% para contração de 1,9%. “A sinalização tem vindo mais fraca nos últimos meses, e dezembro não foi muito diferente”, diz Gabriel Couto, economista do Santander.
Os segmentos de combustíveis, móveis e eletrodomésticos, supermercados, vestuário, artigos farmacêuticos e outros artigos de uso pessoal, do índice restrito, caíram em dezembro. Partes e peças automotivas subiram 2,6%, contribuindo positivamente para o índice ampliado, o que compensou parcialmente as contrações nos segmentos do indicador restrito.
Em relatório, Couto e Rodolfo Pavan observam que, desde o segundo trimestre de 2023, os dados oficiais mostram contrações no varejo ampliado. Ao Valor Couto disse que a visão à frente ainda é de ritmo fraco, porém, há possibilidade de alguma recuperação em 2024, considerando, por exemplo, a resiliência do emprego.
Já o IGet de serviços, focado nos prestados às famílias, caiu 2,4% em dezembro, em relação ao mês anterior, após subir 5,2% em novembro e cair 7,2% em outubro. O índice de dezembro reforça a trajetória volátil dos últimos meses, com variações intensas e sem tendência clara, depois de queda pronunciada ao longo do terceiro trimestre, notam Couto e Pavan.
Segundo eles, grandes eventos culturais e esportivos do fim de 2023 deixaram o comportamento dos serviços às famílias mais incerto. “Ainda assim, o indicador não sinaliza tendência de retomada mais consistente no quarto trimestre de 2023”, afirmam.