A confiança dos empresários caiu no setor de serviços e teve pequena reação no comércio. Em serviços o indicador teve em dezembro a pior queda em 11 meses, segundo o Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getulio Vargas. O indicador caiu 2,4 pontos, para 92 pontos, quinto recuo consecutivo. Foi a mais forte retração desde janeiro de 2023 (-2,7 pontos), informou Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre FGV).
Para ele, a performance de serviços ao longo dos últimos anos. O especialista comentou que, no pós-pandemia, a área passou por movimento de “demanda reprimida” nas atividades presenciais. O movimento, continuou ele, se iniciou com força em meados de 2022; e permaneceu, ao longo de 2023.
Ao mesmo tempo, acrescentou o técnico, o setor de serviços teve excelente notícia no começo desse ano: a safra brasileira recorde de grãos, que pela primeira vez atingiu 300 milhões de toneladas. O bom resultado impulsionou os serviços de transporte voltados para agropecuária, explicou Pacini. Isso ajudou a acelerar a atividade de serviços como um todo, principalmente no primeiro semestre – período no qual principais colheitas se concentram.
O empresariado do varejo mostrou confiança em “acomodação” em dezembro, conforme o Índice de Confiança do Comércio (Icom), da FGV. O indicador subiu apenas 0,2 ponto no mês, para 86,7 pontos. Para Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV responsável pelo indicador, frustrações em vendas, do momento presente, em datas chave para o setor, como Natal e Black Friday, impediram resultado maior do indicador, no mês.
Ela ressalva que na Sondagem do Comércio, pesquisa do qual o Icom é indicador-síntese, há boas notícias para expectativa futura de vendas, principalmente em bens duráveis.
A economista explicou que a acomodação na confiança do comércio, em dezembro, foi ocasionada por ações de duas forças “opostas”: frustração com negócios de momento presente, mas sensação de potencial de consumo futuro.