A companhia ainda não deu detalhes sobre como espera atingir o Ebitda de R$ 1,5 bilhão em dois anos.
O comunicado diz apenas que o plano de negócios, que já em curso, “promove maior assertividade nos produtos para revenda, assim como novos modelos de precificação e modulação de sortimento para ampliar as vendas no canal físico e a margem bruta da companhia”.
O texto também destaca como pilares dessa “nova Americanas” a “renovação das lojas físicas, a otimização dos custos de ocupação e revisão de processos para oferecer excelência na jornada dos consumidores.”
Mais detalhes devem ser apresentados a partir das 10h desta quinta, em teleconferência para o mercado em geral conduzida pelo presidente da Americanas, Leonardo Coelho, e pela diretora financeira e de relações com investidores, Camille Loyo Faria.
A varejista afirma ter realizado “ajustes e melhorias em áreas como marketing, tecnologia e estrutura logística a partir do novo contexto de atuação da plataforma digital, da renegociação de contratos e mudanças na estrutura organizacional, com melhora da despesa operacional.”
“Acreditamos que, com este plano, a Americanas estará pronta para renovar seu papel de relevância no varejo brasileiro. Não será fácil, não será simples, mas será feito”, afirmou Coelho, no comunicado.
BANCOS CREDORES TERÃO R$ 12 BI DE DÍVIDA CONVERTIDOS EM AÇÕES DA VAREJISTA
O próximo passo da empresa é aprovar o seu plano de recuperação judicial junto aos maiores credores, os bancos.
“Após sofrer fraude de resultados praticada pela antiga diretoria, a companhia tem centrado esforços na continuidade do negócio, que ganhará mais fôlego a partir do aumento de capital de R$ 12 bilhões que será realizado pelos acionistas de referência e capitalização de dívida concursal por parte dos credores também no valor de R$ 12 bilhões, assim como com a aprovação do Plano de Recuperação Judicial pelos credores”, diz o comunicado.
O plano prevê priorizar o pagamento de credores que aceitem receber até R$ 12 mil à vista em cota única, “além de alternativas especiais para os credores fornecedores da Classe 3”, diz o texto, referindo-se aos quirografários (credores sem garantia real).
A expectativa da Americanas é que a assembleia geral de credores seja realizada ainda este ano.
9.000 DEMITIDOS, UMA LOJA FECHADA A CADA 2,5 DIAS E 16 AÇÕES DE DESPEJO
As operações da empresa ao longo de 2023 sofreram forte impacto.
Nos primeiros sete meses da crise, mais de 9.000 funcionários foram demitidos. De acordo com o mais recente relatório de acompanhamento mensal dos administradores judiciais da empresa, em 5 de novembro, o grupo tinha 33.342 colaboradores. Na metade de janeiro, a Americanas somava 43.123 funcionários.
Entre 19 de janeiro, quando teve início a sua recuperação judicial, e 5 de novembro, a Americanas fechou 121 lojas —o que significa encerrar as operações de um ponto de venda a cada 2,5 dias, em média. Hoje, a varejista soma 1.759 lojas. Em janeiro, eram 1.880.
A base de clientes da companhia recuou 12,4% entre janeiro e setembro, para 42,3 milhões.
Segundo relatório de acompanhamento mensal dos administradores judiciais enviado à CVM no início de outubro, a Americanas tem 16 ações de despejo em andamento por falta de pagamento.