Veículo: Valor Econômico - Online
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Data: 13/11/2023

Editoria: Sem categoria
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Varejo contraria expectativa e volta a cair em outubro, aponta Stone.

Após ensaiarem recuperação em setembro, as vendas do comércio brasileiro voltaram a cair em outubro. A décima edição do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, cujo resultado foi antecipado ao Valor, apurou recuo de 2,8% nas vendas do setor, ante mesmo mês em 2022. Na comparação com setembro deste ano, também foi registrado recuo de 2,8% no mês passado, informou o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, Matheus Calvelli, responsável pelo indicador.

Em setembro, o indicador mostrou alta de 0,7% ante agosto, com expansão de 1,9% na comparação com setembro do ano passado.

“Após setembro com sinal positivo, ficamos com expectativas de melhora no comércio. Mas acabamos nos frustrando”, resumiu Calvelli.

Para ele, a continuidade de elevado patamar de endividamento das

famílias, que confere menos espaço no orçamento para novas compras, pode ter contribuído para o desempenho ruim do varejo em outubro. Calculado pela Stone em conjunto com o Instituto Propague, o índice tem como base dados públicos da Receita Federal e dados transacionais de cartão dos clientes do grupo StoneCo.

Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/11/13/varejo-contraria-expectativa-e-volta-a-cair-em-outubro-aponta-stone.ghtml ou as ferramentas oferecidas na página.
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“Pelo que vemos até outubro, há chance de as vendas do varejo ficarem abaixo das registradas em 2022”
— Matheus Calvelli

Ao detalhar o comportamento do indicador de outubro, o especialista admitiu que houve perfil disseminado de quedas nas vendas. Todos os principais segmentos usados para cálculo do indicador mostraram recuo ante outubro do ano passado.

Sobre quedas por segmentos, o pesquisador destacou duas. O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, cujas vendas caíram 5,9% em outubro ante setembro; com retração de 6,7% na comparação com outubro de 2022. Esta última foi a pior queda do ano para esse segmento, nessa comparação, informou Calvelli.

Outro destaque negativo citado pelo especialista foi a piora em artigos farmacêuticos médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos. Nas vendas desse tipo de produto, foram observadas quedas de 2,1% ante setembro; e de 1,6% na comparação com outubro do ano passado. “Esse segmento vinha apresentando altas sucessivas ao longo do ano”, comentou o especialista.

Além disso, a evolução regional do indicador também apurou recuo de vendas, na maioria dos Estados. Em outubro ante outubro do ano passado foram detectadas quedas em 23 deles. Os destaques negativos foram Santa Catarina (-7,7%); Rio Grande do Sul (-7,3%), e Mato Grosso (-6,7%).

O técnico foi questionado sobre as principais razões para a piora nas vendas e possíveis influências do contexto macroeconômico no resultado. Para ele, as dívidas a pagar do consumidor ainda são importante entrave à melhora de demanda no varejo.

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Textos, fotos, artes e vídeos do Valor estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza o conteúdo do jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do Valor (falecom@valor.com.br). Essas regras têm como objetivo proteger o investimento que o Valor faz na qualidade de seu jornalismo. “Dados mais recentes do Banco Central mostram ainda em torno de 28% da renda [mensal] das famílias comprometidas somente com serviço de dívida”, afirmou. “O que mais trava consumo é isso [endividamento]”, completou.

Com a evolução do indicador Stone até outubro, o técnico reconheceu que não são boas as perspectivas para resultado do comércio no quarto trimestre de 2023. Caso as vendas relacionadas ao Natal sejam muito positivas, isso poderia melhorar performance do comércio, no período, admitiu. “Mas pelo que vemos até outubro há chance de as vendas do varejo ficarem abaixo das de 2022”, disse.

No ano passado, as vendas do varejo restrito subiram 1%, em dados oficiais computados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o aumento foi de apenas 0,4% em 2023.