A C&A (CEAB3) apresentou mais um trimestre com desempenho impressionante em vestuário, superando expectativas que já eram otimistas para o período entre julho e setembro, aponta relatório do Citi.
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo escrevem que a empresa apresenta uma boa execução nas operações de varejo e expansão de crédito em um momento onde o mercado está desafiador.
“Reconhecemos que a empresa está bastante consistente em sua reestruturação e melhora geração de caixa, o que é crucial para reduzir dívidas”, comentam. O Ebitda ajustado de R$ 77 milhões ficou acima da estimativa de R$ 61 milhões.
Ontem, após o fechamento do mercado, a empresa informou que registrou prejuízo líquido de R$ 44,2 milhões, no terceiro trimestre deste ano, queda de 28% em relação ao registrado no mesmo período de 2022. A receita líquida total da companhia cresceu 9,6%, na mesma base de comparação, para R$ 1,54 bilhão.
A receita líquida de vestuário somou R$ 1,27 bilhão, o que representa um crescimento anual de 12,6%.
O Citi tem recomendação neutra para C&A, com preço-alvo em R$ 6.
O Bradesco BBI elevou o preço-alvo de C&A de R$ 7 para R$ 8, reiterando recomendação neutra. O analista Pedro Pinto escreve que os resultados de terceiro trimestre da C&A vieram acima das expectativas, continuando tendências operacionais positivas vistas há quase um ano.
“O bom progresso contínuo em projetos estratégicos, que têm entregado estruturalmente fundamentos mais fortes, são fundamentais no atual ambiente difícil”, explica.
O banco nota que a C&A foi a única empresa de varejo de vestuário que apresentou crescimento e expansão de margem no terceiro trimestre. Além disso, notam evolução nas faixas de renda mais alta, acirrando disputa com a Lojas Renner.
No entanto, a alavancagem permanece alta em 2,6 vezes o Ebitda, mesmo considerando a queda na dívida líquida após boa geração de caixa. Além disso, a C&A só deve retomar lucro em 2025, o que continuará pressionando as ações.
Para o Santander, os resultados da C&A no terceiro trimestre mostraram uma recuperação relevante nas vendas, mas com rentabilidade ainda pressionada pela dívida elevada.
Os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo escrevem que as receitas ficaram 3% acima das estimativas e o Ebitda superou projeções em 13% com melhor alavancagem operacional e ganho de margens.
“Vemos essa retomada gradual, mas consistente, como uma confirmação positiva da recuperação operacional da C&A”, comentam. A geração de R$ 263 milhões em caixa ainda não conseguiu reverter um prejuízo de R$ 40 milhões no período.
O Santander tem recomendação neutra para C&A, com preço-alvo em R$ 6,50
No pregão de hoje, os papéis repercutem positivamente aos resultados. Por volta de 13h, a ação saltava 17,46%, negociada a R$ 7,20.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.