O Citi cortou a recomendação de Carrefour Brasil de compra para neutro e o preço-alvo de R$ 13 para R$ 12. O papel abriu em queda de 1,12% há pouco na B3 e é negociado abaixo desse patamar, a R$ 10,63.
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo avaliam que os resultados do Carrefour Brasil vieram abaixo do esperado e indicam uma trajetória do esperado e indicam uma trajetória de margens mais fraca no varejo e impacto da deflação de alimentos no atacarejo.
É uma visão um pouco mais pessimista do que casas como Itaú BBA e Goldman Sachs mostraram em seus relatórios – essas, no entanto, não tinham mais indicação de compra.
No terceiro trimestre, as vendas brutas tiveram queda de 3,9% na comparação anual, para R$ 28,2 bilhões. Enquanto atacarejo e clube de compras aumentaram vendas, o varejo teve queda de 3,9% na comparação anual, para R$ 28,2 bilhões. Enquanto atacarejo e clube de compras aumentaram vendas, o varejo teve queda de 15,3%, puxando para baixo o volume consolidado. O Ebitda ajustado encolheu 13,4%, para R$ 1,47 bilhão, margem de 5,7%, levando a um lucro líquido de R$ 212 milhões no período – 17,4% inferior ao mesmo período do ano passado.
O Citi revisou sua projeção de crescimento nas vendas mesmas lojas de 6,1% para 4,8% no Atacadão, por sua exposição maior à variação negativa nos preços. As operações de varejo do Carrefour também devem ter resultados mais fracos.
Assim, também revisaram o bottom line, reduzindo em 19% a expectativa de lucro da empresa no ano que vem e em 10% para 2025. Juros num patamar ainda elevado também afetam as despesas financeiras da companhia.
O Citi vê potencial upside para o papel nos ativos imobiliários do Carrefour Brasil. Como o Pipeline revelou ainda em março, o grupo contratou o Itaú BBA para encontrar um sócio para a unidade de propriedades. Numa outra transação, assessorada pelo Safra em julho, vendeu quatro centros de distribuição e cinco imóveis de lojas a fundos da Barzel.
O Itaú BBA, no entanto, considerou o terceiro trimestre melhor do que o antecipado, apesar de efeitos não recorrentes (reversão da provisão de contingências). O analista Thiago Macruz destaca tendências mais saudáveis no atacarejo, mas já não esperava uma reação positiva em bolsa hoje dada a baixa expectativa que o mercado tem demonstrado para o papel.
O Goldman Sachs viu sinais mistos. O banco americano também destacou que o segmento de varejo entregou significativa queda de rentabilidade na comparação anual, mas que o Atacadão trouxa margens brutas fortes – o que fez o Ebitda consolidado bater o o consenso compilado pela Bloomberg em 8%.