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Data: 09/11/2023

Editoria: Sem categoria
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Pessoas com mais de 60 anos são 15,8% dos brasileiros.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novo recorte do Censo Demográfico 2022, que comprova fatia maior de idosos no país. Nele, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais de idade atingiu 15,8% da população. O resultado representa aumento de quase 46% em relação ao Censo de 2010, quando a população acima de 60 anos eram 10,85% dos brasileiros.

O estudo é um complemento das informações divulgadas anteriormente, em outubro, sobre mesmo tema. Na ocasião, o instituto divulgou detalhamento de população idosa de 65 anos ou mais. Essa faixa representa 10,9% da população no Censo 2022. No levantamento anterior, em 2010, eram 7,4%.

No novo estudo, o “índice de envelhecimento” da população brasileira disparou, pelo recorte de 60 anos ou mais de idade. Esse indicador representa número de idosos em relação a grupo de 100 crianças de zero a 14 anos. Portanto, quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população.

No estudo anterior, que considerou a faixa de 65 anos ou mais de idade, esse índice foi de 55,2, ou seja: 55 idosos para cada 100 crianças. No entanto, a levar em conta universo de pessoas de 60 anos ou mais de idade, esse índice foi de 80. Ou seja: existem 80 idosos para cada grupo de 100 crianças no país. Em 2010 o indicador estava em 44,8 para a faixa de 60 anos ou mais de idade.

No novo levantamento, os pesquisadores do IBGE detalharam que a população acima de 60 anos ou mais era de 32,1 milhões no Censo 2022, alta de 56% ante 2010. Dessa população total, 17,9 milhões (55,7%) eram mulheres, e 14,2 milhões (44,3%), homens. Isso em um universo em que o total da população, em todas faixas etárias, era de 203,1 milhões.

Outro aspecto delineado no novo recorte foi a evolução da faixa etária dos 60 anos. Pessoas com idade entre 65 e 69 anos mostraram maior crescimento populacional entre Censos de 2010 e o de 2022, com aumento de 63%. O segundo contingente a apresentar maior salto, no mesmo período, foi o de 70 a 74 anos, de 57% – seguido por grupo de 80 anos ou mais (aumento de 56%); contingente de 60 anos a 64 anos (alta de 53%); e o de 75 anos a 79 anos (alta de 50%).

As maiores proporções de pessoas com 60 anos ou mais entre as grandes regiões foram detectadas no Sudeste e no Sul. Essas duas regiões tinham 17,6% do total do contingente populacional acima de 60 anos.

A segunda maior fatia foi registrada no Nordeste (14,5%), seguido por Centro-Oeste (13,2%) e Norte (10,4%).

“Dados do novo estudo podem ser usados para melhor mapeamento de políticas públicas nessa faixa etária”
— Marcio Pochmann

No estudo com recorte de 65 anos ou mais idade do Censo, veiculado em outubro, Sul e Sudeste já mostravam as proporções mais elevadas, nessa categoria.

O IBGE também revelou as maiores proporções de pessoas idosas por Estados. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais apresentaram maiores percentuais de população de 60 anos ou mais de idade, respectivamente de 20,2%, de 18,8%, e de 17,8%.

Na apresentação da nova publicação, o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, explicou, por escrito, as razões para novo levantamento, disponível no site do instituto. Ele esclareceu que o recorte de 65 anos ou mais de idade, usado na publicação anterior, denominada “Censo Demográfico 2022: População por idade e sexo” anunciada em outubro, “não se refere à definição de idoso conforme o Estatuto da Pessoa Idosa”.

No estatuto, são considerados idosos no Brasil pessoas a partir de 60 anos de idade.

Pochmann destacou a importância do Estatuto do Idoso, em sua análise. “No contexto brasileiro, o Estatuto da Pessoa Idosa, promulgado em 2003, representa um importante marco legal que visa garantir os direitos e a dignidade das pessoas idosas, reconhecendo a sua importância na sociedade”, comentou o presidente do IBGE.

Outro aspecto mencionado por ele em sua apresentação do estudo é o fato de que o contingente de idosos cresce em todo o mundo devido a avanços significativos na medicina e ao aumento da expectativa de vida. “Este marco etário é crucial para a definição dos direitos e benefícios conferidos a essa parcela da sociedade, visto que reconhece as particularidades e desafios que acompanham o processo de envelhecimento”, escreveu o presidente do IBGE.

Além disso, no entendimento do presidente do instituto, os dados do novo estudo podem ser usados para melhor mapeamento de políticas públicas para essa faixa etária. “O Censo Demográfico vem atualizar as características dessa parcela da população, fornecendo dados valiosos que orientam políticas públicas, programas sociais e estratégias de cuidados de saúde”, disse.