A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) será observada atentamente por agentes econômicos nesta terça-feira e pode ter efeito importante sobre os ativos locais, em especial a curva de juros futuros. A reação do colegiado às dificuldades no cenário externo e às incertezas fiscais, além de sinais sobre qual pode ser o patamar terminal da taxa Selic, ficarão no radar. Nas últimas semanas, em razão do movimento dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), parte do mercado passou a precificar uma taxa terminal mais alta para a Selic, possivelmente em dois dígitos. Durante o dia, os agentes também acompanham a participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento da Bradesco Asset Management, e a palestra do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Brazil Investment Forum.
A pauta no Congresso é outro fator importante: o relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 pode ser votado hoje. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) disse ontem que o Planalto não enviará mensagem para mudar a meta de déficit na LDO. Sinais de que o governo ainda buscará a meta de déficit primário zero no ano que vem podem ajudar ativos, enquanto indícios de uma política fiscal menos rígida podem ter efeitos negativos. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve apreciar o parecer da reforma tributária.
Pela manhã, os rendimentos dos Treasuries trabalhavam em baixa, o que pode dar alívio principalmente à curva de juros futuros brasileira. Ontem, o estresse nos títulos americanos fez as taxas locais registrarem avanço firme. As falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central americano) serão monitoradas ao longo do dia. A queda do petróleo Brent no exterior também influencia tanto a curva de juros quanto o câmbio.