Veículo: Marie Clarie - Online
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Data: 06/11/2023

Editoria: Sem categoria
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Afinal, por que o SPFW foi parar na Mooca e o que o bairro paulistano tem a ver com moda?

Desde 2001, quando o São Paulo Fashion Week, evento criado por Paulo Borges, ganhou essa alcunha, os desfiles mais esperados da moda nacional aconteciam no Pavilhão das Culturas Brasileiras, localizado no Parque do Ibirapuera, um dos cartões-postais de São Paulo. Foi em maio de 2022 que o SPFW se despediu dali, e as apresentações se espalharam para diferentes regiões da cidade. Um dos pontos que reúnem mais apresentações é o de galpões da Mooca, bairro paulistano reconhecido pelo adensamento de imigrantes italianos e que tem um histórico estritamente ligado à indústria têxtil brasileira.

A alteração para a região, que está a 10 quilômetros de distância do Ibirapuera, foi justificada pela organização, à época, como uma tentativa de “ocupar a cidade” com moda. “O festival de criatividade, moda, arte, sustentabilidade, inovação, conhecimento e tecnologia reitera o papel de São Paulo como o mais importante centro de vanguarda e criatividade do Hemisfério Sul”, disse o comunicado oficial à época. Seja qual for a razão, fato é que a Mooca tem, sim, um passado ligado à moda — principalmente pelas fábricas de tecido que se instalaram entre o final do século 19 e início do século 20.

Por que a Mooca?

Durante o século 20, a Mooca tornou-se um megapolo industrial que, até hoje, é recheado de galpões enormes que eram (e são) usados pela indústria têxtil. Aliás, a maior tecelagem da América Latina nos anos 1930 era ali: a empresa Cotonifício Rodolfo Crespi.

Foi nela, inclusive, que se registra a primeira greve geral do país, em 1917. Iniciado por mulheres, o movimento durou trinta dias e exigia aumento de salários e redução de jornadas de trabalho — isso bem antes das leis trabalhistas — segundo reportagem da BBC, publicada em abril de 2017.