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Data: 01/11/2023

Editoria: Sem categoria
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Destino de Casas Bahia? Ações agrupadas para não virar penny stock caíram mais em 70% das vezes

A quantidade de grupamentos de ações na Bolsa brasileira não para de crescer diante do momento delicado que ainda persiste para a renda variável. Até aqui, a medida vem sendo acompanhada de mais perdas para investidores: em quase 70% das vezes, os eventos registrados em 2023 precederam desvalorização adicional de até 65%.

Os grupamentos já somam 19 este ano, o maior número desde 2016, quando 69 empresas fizeram uma movimentação do tipo.

Segundo dados apurados pela plataforma Economatica a pedido do InfoMoney, 13 dessas empresas (68,4%) viram as cotações recuarem nos 30 dias seguintes. O número ainda não considera o desempenho de Lojas Marisa (AMAR3), que diminuiu a circulação de papéis no dia 24 de outubro. Desde então, porém, o papel já caiu mais de 3%.

O grupamento de ações, também conhecido como inplit, é a redução da quantidade de papéis em circulação sem alteração do capital social, refletindo em um preço mais alto para a unidade do papel. Se uma ação é grupada na razão de duas para uma, por exemplo, 500 ações no pós-grupamento vão valer o mesmo que 1.000 antes. Cada uma, no entanto, valerá o dobro.

Casas Bahia (BHIA3), que passa por forte crise, pode ser a próxima a passar por esse processo. O conselho administrativo da companhia aprovou uma proposta de grupamento de ações de 25 para 1. Já a Americanas (AMER3) disse na semana passada que ainda tenta alternativas para elevar o patamar da ação, mas já admite grupamento.

Grupamento é causa de queda?

Em 2023, o pior desempenho depois de um grupamento foi da plataforma de curadoria imobiliária Nexpe (NEXP3). Após concentrar o preço de 50 ações em uma, investidores viram a cotação desabar 65% em um mês. Mas, o que isso significa?

Segundo Gustavo Spinola, estrategista-chefe da RB Investimentos, o grupamento não tem necessariamente relação causal com a derrocada do papel. Na verdade, conta, a medida costuma ser um sintoma de que as coisas já iam mal para a empresa.

“O fator em comum é que muitas delas estavam em um momento delicado, com alguma crise. Então há uma tendência negativa depois do grupamento, mais por conta de problemas [da companhia]”, explica.

No caso da Nexpe, antiga BR Brokers, a crise já estava instalada, e um pedido de recuperação judicial foi protocolado dias após o grupamento, realizado em janeiro, dando ensejo para a desvalorização que se seguiu.