Veículo: Valor Econômico - Online
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Data: 31/10/2023

Editoria: Sem categoria
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Natura &Co negocia venda da The Body Shop para gestora alemã

A gigante brasileira de cosméticos Natura &Co assinou acordo de exclusividade com o Aurelius Group para a venda da rede inglesa The Body Shop, que foi adquirida pela empresa nacional em 2017 por 1 bilhão de euros. Com o avanço das negociações para a gestora alemã, a companhia vai conseguir administrar melhor suas marcas principais e focar na estratégia de “arrumar a casa” para seguir competitiva.

Os termos e condições da potencial transação estão sendo discutidos e não há garantia de que operação será concluída, informou a empresa em comunicado ao mercado. O Aurelius Group é uma gestora de investimentos alemã que já fez dezenas de transações em setores de consumo, tecnologia e indústria.

Neste ano, a companhia vendeu a marca de luxo Aesop para a francesa L’Oréal, por US$ 2,5 bilhões. No fim de agosto, o conselho de administração da Natura anunciou que buscaria alternativas estratégicas para a marca inglesa, fundada em 1976. Toda a operação é avaliada entre 400 milhões e 500 milhões de euros. Ou seja, a empresa venderá a marca por menos da metade do valor da aquisição feita seis anos atrás.

No mercado financeiro, ainda se fala que a Natura também poderá vender a Avon Internacional para focar na marca na América Latina, seu maior negócio.

Acionistas ainda relutam em dizer se o movimento será nesse sentido, mas o consenso é de que a compra da Avon trouxe uns esqueletos que a companhia não precisava para a sua estrutura. A marca tem baixo desempenho no leste europeu.

A Natura &Co registrou prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 731,8 milhões no segundo trimestre, redução de 4,5% na comparação com o prejuízo registrado em igual intervalo de 2022. A receita líquida caiu 4,2% na mesma base de comparação, para R$ 7,77 bilhões. Olhando por unidade de negócios, a receita da Natura na América Latina caiu 1,7%, para R$ 5,46 bilhões, a da Avon Internacional recuou 8,1%, para R$ 1,51 bilhão, e a da The Body Shop diminuiu 12%, para R$ 800 milhões.

Por outro lado, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 15,6%, para R$ 455,7 milhões entre abril e junho. A margem Ebitda ficou em 5,9%, alta de 1 ponto percentual.

As despesas operacionais subiram 2%, para R$ 5,22 bilhões. Já a dívida líquida avançou 8,1%, para R$ 5,48 bilhões. Assim, a alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda, ficou em 2,19 vezes, acima do 1,83 vez de um ano antes.

O fato é que a venda das marcas Aesop e The Body Shop deixa um gostinho amargo no processo de internacionalização da gigante brasileira, embora os desenvestimentos sejamimportantes para a companhia que estava totalmente alavancada. É preciso dar um passo para trás para dar dois para frente. É a Natura voltando às origens neste momento para repensar a expansão dos seus negócios e retomar o crescimento.

As ações da companhia encerraram a segunda-feira com ligeira queda de 0,32%, a R$ 12,45. Assim, a Natura está valendo R$ 17,3 bilhões, segundo o Valor Data.