Nos últimos meses, o anúncio do acordo da plataforma chinesa Shein com a Coteminas chamou atenção do mercado para o cenário de crise vivido pela empresa têxtil, gerida por Josué Gomes da Silva. Na semana passada, a publicação do balanço de 2022, divulgado com atraso de sete meses, traz detalhes sobre a situação da companhia e aspectos do acordo com a Shein, que envolve um empréstimo de quase R$ 100 milhões a uma controlada da Coteminas.
Outra medida em andamento é a venda de dois complexos residencial e comercial do grupo, ainda sem compradores. A Coteminas fechou 2022 com prejuízo de R$ 670 milhões, quatro vezes e meia superior ao de 2021.
Com 85% de empréstimos bancários vencendo em 2023, e queda de 30% na receita no ano passado, a Coteminas abriu uma renegociação de dívidas com as instituições. Suas controladas pediram “waiver” (perdão temporário, com adiamento no pagamento) a debenturistas.
Pareceres de auditores da Coteminas e de sua controlada, anexados ao balanço de 2022, relatam incertezas relevantes que poderiam “levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional” dos negócios.
Foi a primeira demonstração de resultado anual da Coteminas e da Springs com esse alerta dos auditores. A Companhia de Tecidos Norte de Minas-Coteminas é controladora direta da Springs.