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Data: 27/10/2023

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Monitor do PIB recua em agosto pela 1ª vez desde maio

Após subir por dois meses consecutivos, a atividade econômica brasileira mensal, mensurada pelo Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 0,6% em agosto ante junho, informou ontem a fundação. Essa foi a primeira queda, nessa comparação, desde maio deste ano (-2,4%). Contribuíram para o resultado quedas em investimentos, indústria e agropecuária na economia, nessa comparação – além de ausência de alta em serviços, que representa quase 70% do PIB, detalhou Claudio Considera, economista responsável pelo monitor.

A retração mensal em agosto pode ser sido recuo pontual. Em outras comparações, no Monitor da FGV, a economia brasileira segue em trajetória positiva, diz.

Na comparação com agosto do ano passado, houve alta de 2,5% no PIB, dentro do monitor. No trimestre finalizado em agosto, a atividade cresceu 2,8% ante mesmo trimestre no ano passado. E no acumulado em 12 meses até agosto, a economia cresceu 3%, na ótica do indicador da FGV.

Tendo em vista esses outros resultados, o especialista projeta terceiro trimestre em estabilidade no PIB; e não descartou alta próxima a 3% em 2023.

A economia em queda em agosto foi influenciada por recuos e ausências de altas em diferentes segmentos, pelos lados da oferta e da demanda, ponderou Considera. Bons resultados já ocorridos ao longo do ano, também em diferentes segmentos, devem assegurar alta no PIB de 2023, disse.

Considera comentou que pelo lado da oferta, na comparação com julho, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que representa os investimentos na economia, caiu 4% no monitor. Foi a pior retração desde janeiro de 2023 (-8,6%) nessa comparação. “Tivemos desempenho ruim em máquinas e equipamentos, que derrubou o resultado” explicou. Para ele, os investimentos na economia já mostram trajetória negativa há algum tempo.

Também pelo lado da oferta a indústria caiu 0,2% em agosto ante julho. Foi a pior queda na atividade industrial desde janeiro de 2023 (-0,4%).

Outro aspecto que também ajudou a derrubar o monitor de agosto foi comportamento de agropecuária. Esse setor mostrou recuo de 8% em agosto ante julho. Isso porque as safras mais importantes de grãos já foram plantadas e colhidas no primeiro semestre. É o caso da soja, por exemplo.

Além de todas essas quedas, a atividade de serviços ficou estável em agosto ante julho. Ou seja: não houve expansão, nesse segmento, que pudesse diminuir impacto de quedas em outros segmentos, nessa mesma comparação. “E, pelo lado da demanda, consumo das famílias não cresceu tanto [0,7% em agosto ante julho] para ajudar a elevar o resultado” notou ele.

Em compensação, a evolução trimestral da economia segue positiva, acrescentou Considera. No caso de serviços por exemplo, houve alta de 2% no trimestre finalizado em agosto, ante mesmo trimestre em 2022. Nesse mesmo período comparativo, a atividade da indústria subiu 2,1%; a da agropecuária avançou 9%; e consumo das famílias cresceu 3,1%. Para Considera, altas intensas do primeiro semestre, principalmente em agropecuária, devem assegurar expansão na economia este ano.