A sessão desta quinta-feira deve ser agitada, com divulgações relevantes e que podem pesar sobre os juros futuros e sobre o câmbio doméstico. Os títulos do Tesouro americano continuam no radar dos agentes financeiros e, por isso, deve ser dada muita atenção aos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do terceiro trimestre. Aqui no Brasil, a sessão deve começar marcada pela apresentação da prévia do índice oficial de inflação de outubro, o IPCA-15. Além disso, os ativos locais podem refletir alguma repercussão da aprovação na noite de ontem do projeto de lei da tributação dos fundos na Câmara e também do parecer da reforma tributária no Senado.
Hoje pela manhã, o rendimento do título do Tesouro americano de dez anos volta a subir, de 4,961% para 4,971% perto das 8h45. O movimento a curva de juros americana se mantém no foco dos investidores e, por isso, indicadores sobre a temperatura da maior economia global (seja por meio de leituras das atividades ou mesmo pelos balanços das empresas) devem ser analisados com cautela. Hoje, em especial, a atenção deve se voltar à divulgação da primeira leitura do PIB anualizado do terceiro trimestre dos EUA. A previsão de economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” é de um avanço de 4,7%. A depender da força da economia americana, os rendimentos podem avançar mais, e a T-note de dez anos voltar a quebrar a casa de 5%, o que poderia se refletir nos juros futuros brasileiros.
O contraponto aqui é o cenário doméstico. Ontem a perspectiva de um destravamento da agenda econômica no Congresso permitiu que os juros futuros se deslocassem do movimento dos Treasuries e fechassem em queda. Hoje, alguma repercussão da aprovação do PL dos fundos exclusivos e offshore pode vir a se refletir nos ativos, assim como o relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre a reforma tributária. O parlamentar incluiu em seu texto uma trava para evitar o aumento da carga tributária no país, além de ter acomodado pressões de setores da economia e dos estados.