Veículo: Estadão - Online
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Data: 26/10/2023

Editoria: Sem categoria
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Captações de fundos de shoppings somam R$ 1,8 bi e surpreendem

As emissões de cotas pelos fundos de investimentos imobiliários (FIIs) especializados em shopping centers já captaram R$ 1,8 bilhão neste ano, de acordo com levantamento do Itaú BBA. Além do valor alto, também chama a atenção o fato de que as gestoras conseguiram arrecadar mais recursos do que os previstos inicialmente, evidenciando o apetite de investidores pelo segmento.

O fundo XP Malls é o maior exemplo disso. Em junho, ele finalizou uma oferta que pretendia captar R$ 200 milhões e acabou chegando a R$ 375 milhões. Devido à procura, o fundo abriu um nova captação para levantar mais R$ 450 milhões e alcançou R$ 562 milhões com os lotes adicionais.

Outro exemplo é o Hedge Brasil Shoppings, cuja oferta almejava R$ 500 milhões, mas terminou em R$ 607 milhões, em outubro. Por sua vez, o fundo Vinci Shopping Centers atingiu a marca de R$ 353 milhões, em linha com o lote inicial, e pode abrir nova captação, segundo a equipe de analistas do Itaú BBA.

Mais duas emissões estão em andamento no momento

 

No momento, existem ao menos mais duas emissões de cotas em andamento. Uma delas é uma oferta do fundo Malls Brasil, cujo lote inicial é de R$ 200 milhões. E tem a oferta inicial de cotas do recém-criado AJ Malls, de R$ 500 milhões.

Os recursos serão importantes para movimentar o setor não só agora, como também nos próximos meses. Os principais objetivos das ofertas de cotas são os investimentos nas aquisições de ativos e na expansão de empreendimentos.

O AJ Malls, por exemplo, foi criado para comprar uma participação relevante nos shoppings da Almeida Junior, em Santa Catarina. Por sua vez, a Vinci usou o dinheiro para comprar fatias no Shopping Conjunto Nacional, em Brasília, o Natal Shopping e Via Sul, em Fortaleza, todos da Ancar Ivanhoe. A Hedge fez quatro aquisições, entre eles o Shopping Jardim Sul, da Allos.

Oportunidade surgiu com início do ciclo de queda dos juros

 

Há uma temporada de novas ofertas de cotas para fundos de tijolo, oportunidade que surgiu em virtude do cenário de queda dos juros, que incentiva investidores a buscar aplicações com maior potencial de retorno do que a renda fixa, como são os casos de fundos imobiliários e ações.

No entanto, somente os fundos de shoppings estão conseguindo captar todo o montante inicial pretendido, e até mesmo superar as previsões em boa parte dos casos, afirmam os analistas do Itaú BBA. Outros setores, como escritórios, têm apresentando alguma dificuldade para levantar todo o capital ofertado, ou até mesmo postergaram suas ofertas.

Uma explicação para o desempenho mais forte do setor de shoppings é a recuperação das vendas em relação ao período anterior à pandemia. As visitas dos consumidores são crescentes, assim como a ocupação das lojas. Esses fatores ajudam a engordar as receitas de aluguéis e estacionamento, que se transformam em dividendos para os cotistas.