Aguardada com ansiedade por consumidores, que já incluíram a data em seu calendário comemorativo, a Black Friday será igualmente positiva para o varejo, de acordo com pesquisas citadas pelo Research da XP.
“A Black Friday é uma das principais datas comemorativas do varejo, com a expectativa de movimentar mais de R$ 6 bilhões esse ano, de acordo com relatório da Olist. Dessa forma, o evento, combinado às festas de final de ano, é crítico para definir o tom dos resultados do 4º trimestre das varejistas”, considera a XP.
Pesquisas apontam intenção de compras na Black Friday
Na primeira pesquisa, realizada pelo Méliuz (CASH3) e mencionada pela equipe de analistas de varejo da corretora, há indicação que 95% dos entrevistados estariam dispostos a fazer compras na Black Friday e, entre eles, 32% teriam disposição de gastar mais de R$ 1.000,00.
A XP considera também a pesquisa da MField, que indicou que 76% dos consumidores ouvidos teria intenção de fazer compras no evento. O levantamento observa que 42% dos entrevistados menciona atravessar período difícil economicamente mas que, ainda assim, tem intenção de buscar ofertas na ocasião.
A terceira pesquisa citada na análise foi realizada pelo Google e considera que 67% dos brasileiros tem intenção de fazer compras na Black Friday. E, mesmo em um ano mais difícil para o varejo, 7 em cada 10 entrevistados pretendem gastar o mesmo ou mais do que foi despendido em 2022.
“Em nossa visão, as pesquisas dão sinalizações positivas para a performance do evento, com os consumidores demonstrando uma intenção de fazer compras este ano, além de contarmos com uma base de comparação fácil, dado que a Black Friday de 2022 aconteceu durante a Copa do Mundo, com seu final de semana coincidindo com dois jogos do Brasil – um na quinta antecedente e outro na segunda seguinte, a Cyber Monday”, destacam os analistas.
Contudo, o relatório faz uma ressalva em relação ao alto endividamento das famílias, em 77% em setembro de 2023, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
O resultado do levantamento mostrou que se manteve o nível de famílias que declararam ter dívidas a vencer em cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro ou de casa.
A pesquisa mostrou ainda que 18,3% desses consumidores afirmam não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores. O percentual é o maior da série histórica deste indicador.
Que ações ganham com a data?
Na análise, são destacados os nomes de empresas de e-commerce, como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), considerando que os setores que mais são procurados na data são os eletrônicos e eletrodomésticos.
O research da XP destaca também que nomes ligados à moda, como Grupo Soma (SOMA3), Lojas Renner (LREN3) e Arezzo (ARZZ3) podem ser opções mais atraentes para o consumidor, em momento de menor poder de compra. Nessa lógica, nomes como Natura (NTCO3) também podem se beneficiar.
“Além disso, algo que chama atenção na pesquisa feita pela MField é a preferência dos consumidores por plataformas estrangeiras, com as asiáticas Shopee e Shein dentre as top 3. Na nossa visão, isso é um risco para a performance das varejistas, principalmente em meio à implementação e adesão das plataformas à Remessa Conforme”, considera.
(com Agência Brasil)